Equipe masculina encerra Mundial em 9º lugar, a melhor campanha até hoje
O Brasil encerra sua participação no 26º Campeonato Mundial de Handebol Adulto Masculino entre as 10 melhores equipes do mundo. O 9º lugar nesta edição de 2019, disputada na Alemanha e Dinamarca representa a melhor colocação na história do handebol masculino brasileiro. Com cinco vitórias e três derrotas, o time brasileiro conquistou mais do que a colocação inédita, mas o respeito dos adversários e a admiração e o carinho da torcida.
Para o técnico da seleção, Washington Nunes, a campanha é digna de muito orgulho e satisfação pelo desempenho de todos os jogadores. Segundo ele, se tivesse que resumir a participação do Brasil no mundial numa palavra ela seria “histórica”. “Foi sensacional. E, pra definir esses meninos, a palavra é “ambição”. Eles têm muita ambição de avançar além do que avançaram ” , orgulha-se.
Fernando Pacheco, o Zeba, coordenador de sele çõ es da CBHb, endossa as palavras do treinador. Para ele, estar trabalhando com a sele çã o e poder presenciar a campanha trouxe uma emo çã o passada, relembrando dos mundiais de 2013 e 2015 quando a classifica çã o escapou por um gol. “ Eles se intitularam guerreiros e essa definição cabe perfeitamente. Sinto o rgulho pela dedica çã o, pelo comprometimento em vestir a camisa brasileira e defender tanto o handebol como eles defendem”, afirma o ex-craque que recém se aposentou, mas não conseguiu ficar longe do Handebol.
O próximo grande compromisso da seleção masculina será no meio do ano para a disputa dos Jogos Pan-americanos 2019, que será realizado em Lima, no Peru, quando buscarão a vaga para as Olimpíadas de Tóquio, em 2020.
Análise do Mundial
A estreia aconteceu no dia 11 de janeiro contra a França, na Arena Mercedes-Benz. Com placar final de 22(13):(16)24 para a França, os brasileiros mostraram maturidade técnica e equilibraram a partida durante os 60 minutos. A Alemanha foi a segunda adversária num jogo favorável para os alemães que sustentaram o placar à frente dos brasileiros, terminando em 34(15):(8)21.
Dois jogos duros, porém previstos pela comissão técnica que preparou a equipe que não se abateu. “ O trabalho da comiss ã o técnica foi excelente. Deixaram os jogadores muito preparados mental e fisicamente, entendendo o momento de cada um” , destaca Zeba, acrescentando que foi assim durante toda a competi çã o.
Nas partidas seguintes contra Sérvia, Rússia e Coréia foram três vitórias e o passaporte para a segunda fase, o Main Round , que at é ent ã o, era apenas um sonho. Com os placares de 22(11):(14)24 sobre a S é rvia, 23(10):(15)25 em cima da R ú ssia e 35(18):(10)26 na Coréia Unificada, o Brasil seguiu na competição, passando em terceiro no grupo.
No Main Round , o grupo do Brasil foi uma parte II do ‘ Grupo A da Morte ’ na fase classificat ó ria. “ Pelo sistema de disputa, a gente tinha que carregar os pontos da fase de classificação, só que as vitórias sobre as equipes que não passam você não leva. Então a gente, na verdade, ia enfrentar três novos adversários e na mesma chave estaria também França e Alemanha. A Espanha campeã europeia, a Croácia que já foi campeã olímpica e a Islândia vice-campeã olímpica. Então era novamente uma chave bastante difícil” , explicou o técnico da seleção.
E foi no jogo contra a Croácia que os brasileiros fizeram história ao dominarem o jogo, superando o adversário europeu pelo placar final de 29(17):(13)26. Completaram quatro vitórias seguidas até que a Espanha fez a segunda partida com o Brasil e quebrou a boa fase brasileira. O cansaço tomou conta dos brasileiros e a partida terminou em 36(19):(13)24 para os espanhóis. “ E a í (após jogo contra a Espanha) foi que a gente mostrou que o nosso grupo é forte, um grupo que não se abala, realmente de guerreiros. Eles tiraram forças até onde não tinham, se dedicaram e se comprometeram neste novo objetivo de ganhar o último jogo contra a Islândia e acabaram sendo coroados com a inédita nona colocação no mundial ” , comemora Zeba. A partida terminou em 32(15):(15)29 para o Brasil.
O Brasil encerrou a participação no Mundial com a mesma pontuação da Croácia e Espanha, porém segundo o critério de desempate, que é o saldo de gols, a Croácia ficou em terceiro, a Espanha em quarto e o Brasil em quinto no grupo. Croácia e Espanha seguem para a disputa de 5º a 8º lugares. “ Por conta disso (desempate por saldo de gols) e por conta da outra chave, na soma geral, nós ficamos em 9º lugar. Isso pro Brasil é muito importante porque ratifica o crescimento do Handebol masculino no cenário internacional ” , diz o t é cnico.
A
campanha brasileira neste mundial em 2019 foi a melhor at
é
agora na história do handebol
masculino. Até então, a melhor colocação havia sido na Espanha, em 2013, com o 13º
lugar.
Objetivos Futuros
A próxima meta da Seleção Brasileira Masculina é conquistar a vaga para as Olimpíadas de Tóquio, em 2020. Para isso, precisam se preparar para o Pan-americano de Lima, no meio do ano. Para o técnico, o comprometimento e ambição do grupo serão determinantes para alcançar o objetivo. “ Acredito que esses meninos tenham uma ambi çã o muito grande e que eles querem mais do que já tiveram. Então a gente vai preparar e fazer todo o possível pra conquistar a vaga olímpica no Pan-Americano e essa é a próxima meta”, afirma Washington sobre o futuro da Seleção.
Desde 2006 vestindo a camisa do Brasil na seleção adulta, Felipe Borges, ponta esquerda, pondera sobre ser o ‘mais velho’ da equipe. “ Achei que quando chegasse a ser o mais velho ia ser complicado, mas n ã o, me sinto cada vez melhor. Eu acho que amadureci muito nesse longo tempo que eu j á estou na sele çã o. Foram muitos ciclos, muitas pessoas que passaram e fico lisonjeado de ainda seguir aqui e ajudar a seleção ” , admite o jogador.
Para ele, os brasileiros conseguiram cumprir com o objetivo traçado de ir o mais longe possível na competição. “ Acredito que a gente fez um bom trabalho. Agora a gente vai querer cada vez mais. Temos outro objetivo que é agora a classifica çã o para T ó quio, nos Jogos Pan-Americanos de Lima. Então, vamos trabalhar forte pra trazer essa vaga olímpica” , afirma Borges.
O atleta comenta sobre a contribuição dos companheiros que atuam no handebol europeu e diz que o caminho é este. “ Que mais jogadores estejam fora e busquem melhorar individual e fisicamente no seu clube para quando vierem para a seleção acabar agregando muita coisa” , completa o atleta.
O Mundial em números
Entre os 20 primeiros jogadores no Top Scorer, o ranking dos artilheiros da Federação Internacional, até esta quarta-feira, 23, último dia do Main Round , os armadores Haniel Langaro e Jos é Toledo est ã o empatados em 13º lugar com 37 gols e efici ê ncia de 60% e 54%, respectivamente.
A Seleção Brasileira deixa Colônia, na Alemanha, com 212 gols convertidos, 16 cartões amarelos, 33 exclusões [2 minutos] e 1 cartão vermelho, ficando em 14º no ranking do Team Fair Play da IHF.
Durante a campanha no Mundial, das oito partidas, seis jogadores brasileiros foram escolhidos como MVP [ mostvalueplayer ]. Na fase classificat ó ria foram Jos é Toledo, Brasil-Fran ç a, Thiagus Petrus, S é rvia-Brasil, Felipe Borges, R ú ssia-Brasil e Guilherme Valad ã o, Brasil-Coreia. E, no Main Round, Haniel Langaro, Brasil-Cro á cia e Jos é Toledo, Brasil-Islândia.
Agenda
Foram 90 jogos, somando a fase classificatória e o Main Round . As 24 sele çõ es foram distribuídas em quatro grupos, disputando 12 vagas para a segunda fase. As quatro melhores, as duas primeiras dos dois grupos, avançaram para o Final Four . Uma será a grande campe ã que, pela tabela, ser á conhecida no pr ó ximo domingo, 27 de janeiro.
Sexta-feira,
25 de janeiro:
14h30:
Dinamarca-França
17h30: Alemanha-Noruega
Sábado,
26 de janeiro:
14h30:
5o/6o - Croácia-Suécia
17h30:
7o/8o - Espanha- Egito
Domingo,
27 de janeiro:
14h30
- 1o/2o lugares
17h30 - 3o/4o lugares
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